Eu sou uma SRD bem parecida com poodle e hj estou com 8 anos e vim te contar a vida de cães sem um lar, esperando para serem adotados.Eu estive por mais de 5 anos vivendo num cão-orfanato e lá haviam centenas de amigos como eu ansiosos por carinho, comida, cuidados e muito amor por parte dos humanos.

Lá no abrigo são muitos de nós que chegam resgatados das ruas machucados e mal tratados pelo abandono e indiferença, mas eu sabia que algo bom poderia mudaria a minha vida. Eu tive lá no abrigo um teto para dormir, ração, vacina , mas ainda faltava aquele toque especial de uma família só minha.

Eu ficava muito brava com outros cães por insegurança, dor, medo de não sobrar ração para mim e achava os humanos também uma ameaça, pois conheci a sua maldade bem de perto. Mas um anjinho me enviou alguém que viu minha agonia, eu estive muito doente e por isso fui para um lar temporário onde cuidaram melhor de mim. Após dois meses nesse LT, fiquei boa e já compreendia que nada melhor do que ter bons tutores para me fazer feliz e dócil de novo.

Só que eu era uma “Adoção Especial”; isto é, pela idade aproximada de 7 anos, perda da visão do olhinho esquerdo numa pancada traumática, com menos um dedo da pata traseira esquerda que foi comido por uma bicheira, uma pata dianteira um pouco arqueada pois já esteve quebrada e um dos meus ouvidos que ficou surdo. Nunca imaginei tanto como seria bom estar num lar. Nada contra abrigos de cães, porém nos deprimimos e ficamos ansiosos para sair de lá, pois somos muitos para os poucos humanos que podem nos cuidar. Havia mais de 200 cães nas mesmas condições que eu, uns mais novos, outros mais velhos e todos precisando muito de um lar doce lar.

Soltos por aí nas ruas ficamos bem vulneráveis a nossa própria sorte e muitos de nós não aguentam por muito tempo. Do lar temporário em que eu estive por dois meses a minha nova tutora me viu através de umas fotos postadas numa rede social, mas antes fizeram o seu cadastro para aprovação e tudo resolvido ela quis saber mais de minha história e condições para que eu fosse adotada.

Cheguei no dia 10 de março de 2012, na minha nova casa e agora passada a adaptação tão esperada e bem sucedida tenho novamente a chance de contar que já tenho uma família e estou muito feliz e amada. Estou castrada e tenho um amigo canino já com 10 anos que se tornou meu guarda-costas, tenho uma irmã humana, uma vovó e a minha mamãe que segundo minha irmã que adoro demais está me mimando muito. Será?

Aproveito para pedir pelos os meus amigos caninos que ainda estão em todos os lares temporários e abrigos esperando a sua grande chance de também serem Adotados, viverem com dignidade e poderem como eu dar com gratidão muito amor e mil alegrias!

Lambeijos e patabraços de Kiara

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