Resenha do livro Preta: Uma Jornada de Amor e Companheirismo
Eu recebi em minha casa um livro chamado Preta: uma Jornada de Amor e Companheirismo. Apesar da doce dedicatória, logo pensei: mais um livro de cachorro! Mas o fato é que já no Prefácio pude notar que essa história, real, diga-se de passagem, não seria como as outras. Preta: Uma Jornada de Amor e Companheirismo não é como outros livros sobre cachorros e vou explicar porquê.
Antes de mais nada: Não, não se trata de uma publi. Tampouco de uma release recebida de um jornalista. Essa pequena resenha é muito genuína e sincera.
Logo nas primeiras páginas do livro somos conduzidos para um mundo em que realmente gostaríamos de viver. Karl Marx Pacheco da Silva, autor da obra, nos transporta para um cenário que mesmo quem é apaixonado pelas luzes da cidade gostaria de experimentar: uma cidade do interior onde a olhos nus é possível enxergar as estrelas e os satélites orbitando a Terra durante a noite. Eu senti cheiro de terra molhada e o aroma do orvalho nas delicadas folhas verdes, seguido do canto dos pássaros. Senti paz.
A descrição viva de como é viver em uma chácara, nos faz querer ligar imediatamente para um corretor e comprar uma casa no campo! A sensação é de que não podemos dizer que vivemos se não experimentarmos esse sentimento.
Bem, mas o livro não é sobre a vida no campo, é sobre o relacionamento da cadelinha Preta e da família do Karl Marx.
A verdade é que foi Preta que os adotou, acontece às vezes mesmo. Mas logo que foi oficialmente adotada, foi descoberto que ela sofria da Doença do Carrapato, que causa severa anemia e é muito grave. Preta quase morreu e eu quase morri junto! Nem imagino a dor da dona Olinda, esposa do Karl Marx, ao saber da doença. Aliás, Karl fala tanto de todos os familiares que nós nos sentimos íntimos também. Eu, por exemplo, adoraria tomar um café com a dona Olinda e claro, comer aquele feijãozinho feito no fogão à lenha que ele tão bem descreve em poucas linhas.
A Preta sempre teve um espírito livre e corria à solta na chácara e pela vizinhança. Como é descrito em certo trecho: “Preta era livre e sabia que sua família éramos nós.” Ela brincava livremente e sempre voltava para casa, todos a conheciam. Ela também pastoreava cavalos por pura diversão e há fotos no livro que mostram a amizade entre ela e o cavalo Baio. Eles conversavam, acreditam nisso? Eu, sim!
Mas infelizmente as mudanças da vida encerraram a calmaria do campo por um tempo. A família se mudou para São Paulo, e ao chegar lá enfrentaram outro desafio: a adaptação na cidade grande.
Eles moravam perto de uma avenida grande de São Paulo e claro, o clima é bem diferente do interior. O céu quase sempre nublado pela fumaça de poluição, os cantos dos pássaros são trocados por buzinas de automóveis, tráfego de avião e a correria paulistana. Claro, o espaço era limitado e Preta já não podia mais correr livre como fazia na chácara.
Felizmente, tempo depois puderam retornar ao Campo para nossa alegria e, claro, para a alegria da Preta também. Mas todo esse processo de adaptação foi muito interessante porque, com muita humildade, Marx admite que anteriormente teve outro cachorro, mas como ele diz: “foi uma experiência ruim”, faltou paciência no processo de adaptação e tiveram que doar o cachorrinho.
Eu achei muito interessante porque as pessoas não costumam espalhar por aí seus erros, ou melhor, pontos de melhoria, mas sem eles, como nós seríamos capazes de evoluir? Outro cachorro teve de vir, mostrar como não se deve fazer, para que Preta pudesse chegar em suas vidas dando oportunidade da família testar os aprendizados. E como aprenderam! Preta não mandava na casa fisicamente, mas mandava no coração de todos!
Preta mandava tanto no coração de todos que Karl relata como ela ajudou sua irmã que vivia em processo de profunda depressão após a morte da mãe. O sorriso voltou ao rosto da sua irmã e confesso que sorri junto. O mesmo aconteceu quando perderam um irmão repentinamente. Quando nós perdemos um ente querido já internado, em estado grave, sabemos como é doloroso. Mas quando é de repente, parece que o chão some, de fato. Há uma frase que ele usa em dois momentos distintos no livro que me marcou muito: “Qual a coisa mais difícil em ter um cachorro? O adeus!”. Eu estendo às pessoas de forma adaptada: Qual a coisa mais difícil para dizer a quem amamos? O adeus.
Aos 10 anos de idade, Preta apresentava os primeiros sinais da velhice. Para os apaixonados por animais, assim como eu, ela era ainda muito jovem. Os cuidados mudaram, as brincadeiras, as demonstrações de carinho e afeto também. A energia já não era mais a mesma, mas o amor, ah, esse sempre seguindo em estado crescente. Como descrito: “nossa filha era um imã de amor, essa era a marca registrada da Preta”.
Preta: Uma Jornada de Amor e Companheirismo não é mesmo como outros livros de cachorros. É uma história de amor das mais lindas e com grandes ensinamentos para a vida!
Preta me levou a viver em um tempo que nunca vivi, mas que de repente senti absurda saudade. Sinto que todos deveríamos ter a oportunidade de poder desfrutar do que Petra desfrutou. Quantos de nós passamos pela vida e não a vivemos? Sempre apressados e preocupados com o amanhã. Um amanhã que muitas vezes não vemos chegar. Sentimos o medo do futuro de tal modo que por vezes, nos impede de viver o presente. Quem me dera poder partir, tendo tido a oportunidade de viver!
O livro é líndíssimo e com muitas camadas que eu sequer citei aqui, quem sabe em outro momento? Mas indico a leitura. Eu, que nem sou uma leitora ávida, devorei o licro em menos de 2h!
Informações:
Livro: Preta Uma Jornada de Amor e Companheirismo
Autor: Karl Marx Pacheco da Silva
Editora: do autor
Páginas: 132
Idioma: Português
É possível fazer a aquisição pela Amazon ou diretamente pelo site de venda do livro.
Quem desejar, pode conversar com o autor pela página do Instagram.
Eu amei o livro e tenho certeza que você vai amar também! Quando ler, deixe aqui nos comentários suas percepções.
Até a próxima!