Bate-papo com a Nara e o Gabu: Pets influenciadores e adoção responsável

Com as redes sociais, tivemos a sorte de conhecer muitos doguinhos e gatinhos espalhados pelo mundo. E alguns desses pets já ganharam seu espaço nos nossos corações se tornando verdadeiros influenciadores digitais! 

A cachorrinha Nara é uma dessas influenciadoras de quatro patas. Ela já faz muito sucesso nas redes sociais, com perfil no Tik Tok e também no Instagram (que são gerenciados pelo Gabriel, que a adotou há pouco mais de 1 ano). Além da rotina e dos vídeos maravilhosos de looks, essa pequena blogueira e seu humano de estimação também incentivam a adoção de animais SRD, além de manter o projeto Aumiguinhos da Naroca

Pensando no impacto positivo que os animaizinhos podem trazer para nossas vidas, resolvemos trazer a Nara e o Gabriel (ou Gabu, como ele se apresenta) para um bate papo sobre adoção responsável. Confira!

A cachorrinha Nara (ou Naroca, para os mais chegados)

1. Oi, Gabu e Nara! Antes de mais nada, queria agradecer muito por terem disponibilizado esse tempinho para fazer essa entrevista com a gente. Já vimos um pouco no TikTok sobre o fio invisível que uniu vocês dois, mas conta mais, como foi esse encontro entre vocês na feirinha de adoção? 

Até encontrar a Nara foi uma procura de 2 meses. Visitei feiras e abrigos, mas não me conectei com nenhum. Não buscava nenhum perfil específico, buscava uma conexão. No dia 12 de março de 2022, um sábado, cruzei a cidade e fui até uma loja onde um cachorro estava sendo exposto para adoção. Não nos conectamos: ele, ainda filhote, era enorme e eu morava em um apartamento pequeno. Chamei um carro de aplicativo para voltar pra casa, mas lembrei que havia uma feira ali aos sábados. Mudei a rota e foi lá que eu e Nara nos encontramos. No instante em que a vi, já tive certeza que era ela. Assinei o termo de compromisso e voltamos juntos pra casa. Ela crescia a cada dia, então a casa ficou pequena. Não era problema, nos mudamos para uma maior. Nossa conexão foi instantânea! 

2. Gabu, conta pra gente um pouco sobre a adaptação da Nara em casa. Vocês foram pais de primeira viagem?

Eu tive outros pets na infância e adolescência, mas era uma relação de carinho, pois minha mãe era a responsável pelo cuidado material deles. A Nara foi a primeira que ficou sob minha responsabilidade. No primeiro mês, foi exaustivo limpar os xixis errados, educar para a não destruição dos móveis e boas práticas de convivência, como não latir à noite. Mas foi divertido ver ela aprender rápido. Eles são muito inteligentes, com um pouco de dedicação já aprendem os comandos básicos. 

Um pequeno ensaio fotográfico desfilando um de seus modelitos

3. Sabemos da importância do conteúdo que vocês fazem, e o incentivo a adoção de cachorros SRD (sem raça definida), muitas vezes rejeitados. Como surgiu a ideia dos vídeos do TikTok? 

Como uma forma de compartilhar com amigos próximos o crescimento dela. Desde o dia 1 filmei ela em casa, então tinha um repertório completo dos 365 primeiros dela em casa que ficava guardado comigo. À medida que compartilhava, ganhava seguidores e engajamento. Com isso decidi postar de forma recorrente, com estratégia, metas e objetivos… o que fez com que o projeto crescesse e eu conseguisse utilizar o perfil para trazer temas como adoção responsável, luto pela perda ou desaparecimento de um pet, doações e vestuário para pets SRDs, já que as marcas nunca os chamavam para serem modelos das peças.

4. Vimos que vocês mantêm um projeto incrível, o Aumiguinhos da Naroca, conta mais sobre como surgiu essa ideia.

O dinheiro que a Nara ganha com publicidade e produção de conteúdo é fruto de uma comunidade engajada que comenta os vídeos e interage com a gente. Por isso, desde o dia 1 decidimos utilizar parte do valor para doações para abrigos da nossa região e ração para cachorros em situação de rua ou com tutores em situação de rua, como forma de retribuir todo esse carinho que recebemos diariamente. Então compramos um grande pacote de ração calórica e que funciona bem para todos os perfis de doguinhos e 2 vezes ao mês percorremos as ruas da nossa região distribuindo. Eles são muito esquecidos, então essa é uma forma de oferecer uma quantidade para alimentação por duas semanas.

Nara e seu tutor Gabriel (ou Gabu) em um passeio pela cidade

5. Para finalizar: qual seria o recado que vocês dariam para encorajar as pessoas que ainda não encontraram seus filhos bichológicos?

A adoção pet nos mostra uma forma de amor única e genuína. No meu podcast Lambeijo eu já contei dezenas de histórias de conexão que são a prova disso. Mas a provocação que deixo é que, antes de adotar, que a pessoa se organize para promover o melhor bem-estar a ele. 

A pessoa estará boa parte do tempo com o cão, ou ele ficará sozinho? Caso fique sozinho, ela consegue promover atividades de creche ou deixá-lo com cuidadores ou familiares? Ela se planejou financeiramente para os custos fixos e ocasionais, como veterinário? Ela consegue dedicar os próximos 15 anos de sua vida para aquele pet? Recebo muitos relatos de famílias que abandonam nas ruas ou petshops porque mudaram de cidade ou país, tiveram um filho humano ou estão em um espaço menor. 

E para eles, o abandono é uma dor imensurável. Temos que mudar nossa perspectiva. A adoção não pode ser sobre a gente, mas sobre esse outro ser vivo que merece o nosso máximo respeito e cuidado. Eles oferecem a nós todo seu amor, companhia e proteção sem pedir nada em troca. Por isso, devemos oferecer a eles o dobro.

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