Lealdade humana – cuidados com um cãozinho deficiente
Já falamos aqui sobre adoção de animais que precisam de cuidados especiais. E agora falamos mais uma vez sobre o assunto com esse depoimento muito legal da Maria Clara Marcondes, que mostra que os humanos também podem ser leais como os cachorros. Lindo!
“Olá pessoal, hoje venho aqui para falar sobre os cuidados que passei a ter com meu cãozinho, o Dinossauro, depois que ele se tornou deficiente. Quando pensei em escrever sobre isso quis mostrar que, mesmo deficiente e me dando mais trabalho, o Dino não é diferente do que era antes e continua valendo muito a pena ter a companhia e o amor dele, que a deficiência não traz sofrimento pra ele, que ele não sente dores e ainda é o mesmo cachorrinho levado que adotei com 32 dias.
O Dino, que é da raça Dachshund- popularmente conhecido como Cofap ou salsicha, vai completar dez anos no começo de julho próximo e sempre foi muito sadio. Tirando dois pequenos problemas de saúde, um de alergia e outro de uma inflamação numa glândula, ele só ia ao veterinário para tomar vacina. Tudo isso mudou no final de outubro/começo de novembro do ano passado quando de um dia pro outro ele acordou sem caminhar com as patas traseiras.
Na hora que vi, imediatamente, o levei ao veterinário. Chegando lá ele teve um diagnóstico correto, apesar de baseado apenas no exame clínico – hérnia de disco – mas, infelizmente, um tratamento errado. Eu não tinha a menor experiência em casos desse tipo e segui o que o veterinário me mandou fazer: colocar ele de repouso, por mais estranho que isso possa parecer. Tive que confiná-lo no banheiro do quarto de empregada porque o espaço de locomoção deveria ser o menor possível. Tirando isso apenas dar um medicamento anti inflamatório e
analgésico. A ida ao veterinário foi na quarta feira. Na sexta eu comecei a achar que ele não estava evoluindo nada. No sábado, minha vizinha me perguntou se eu não queria ouvir a opinião de um veterinário especialista em ortopedia. Falei que sim e liguei imediatamente para o Dr. Rogério.
Quando contei pra ele o que tinha acontecido ele me disse que estávamos correndo contra o tempo, que o caso dele era cirúrgico e que ele deveria ter sido operado na quarta, dia em que ele acordou arrastando as patinhas de trás e o levei ao veterinário, que sempre tratou dele. Foi operado no próprio sábado. Havia uma hemorragia muito próxima da medula em uma das hérnias. Eram duas. Quando ele estava para ter alta da clinica, apareceram mais três e ele tornou a ser operado.
Depois das duas cirurgias e da alta da clinica, precisei deixá-lo num quarto forrado com borracha anti derrapante para evitar que, ao tentar levantar as patas e caminhar, ele não escorregasse e gerasse um medo nele de voltar a andar. Essa borracha é comprada por metro e semelhante a usada naqueles tapetes para bebês que estão engatinhando. Por causa da cirurgia ele perdeu o controle urinário. Então tínhamos que forrar entre o chão e a borracha com jornais. Os jornais eram trocados várias vezes por dia e o quarto e as borrachas eram limpos todos os dias com água sanitária para evitar qualquer tipo de contaminação. Aliado a isso ele foi encaminhado para a fisioterapia com a Dra Roberta e para a
acupuntura com a Dra. Sâmia.
Com a fisioterapia e a acupuntura, ele voltou a levantar a “bundinha” e as patas mas não as firma. Ele anda e corre, rápido, mas sem apoiar as patas, os pezinhos ficam dobrados e não firmes no chão. Já foi liberado do confinamento no quarto com borracha mas o prognóstico é que pelo tempo decorrido ele não volte mesmo a andar. A fisioterapia está sendo mantida para aliviar as patas dianteiras, muito exigidas por sustentarem sozinhas o peso do corpo todo antes dividido pelas quatro patas.Nos primeiros meses, ele fazia três sessões por semana. Agora, são duas. A acupuntura tem mantido o tônus muscular nas patinhas paralisadas e busca ajudar para que ele controle a urina. É feita uma sessão por semana. Para ficar solto pela casa, como ele ficava antes das cirurgias, ele passou a usar fraldas. Uso fralda de bebê mesmo, presa como se fosse um cinto. Uso o adesivo da própria fralda e coloco um pedaço de esparadrapo para fixar melhor. Coloco uma
pela manhã e outra a tarde. Ele não pode andar em calçadas ou pisos que
possam machucar. Apenas na grama e em pisos lisos. Antes passeava com
ele apenas na calçada. Não gostava que ele andasse na grama e agora
quando descemos ele passeia apenas na grama.
O Dr. Rogério e a Dra. Roberta já me aconselharam a mandar fazer uma cadeira de rodas pra ele. Essa cadeira vai ser usada apenas para passeios ou quando ele precisar andar em calçadas e cimento. Não mandei fazer ainda porque é muito
dificil pra mim aceitar que ele não vai mais andar. Tenho adiado isso na esperança que ele ainda volte a andar porque a sensibilidade dele nas patas existe e ele já deu alguns passos, inclusive no dia que a Roberta me falou para mandar fazer a cadeirinha. Tudo isso tem sido extremamente dificil pra mim porque sempre cuidei dele da melhor forma possível e me culpo por não ter procurado mais cedo saber se existia um outro tratamento.
Tenho me esforçado para continuar dando todo o cuidado e tratamento que um pet nas condições atuais dele precisa e jamais pensei em abandoná-lo ou mandar sacrificar. Tirando arrastar as patinhas, ele é sadio e feliz! Ainda tenta pular em mim quando eu chego e me recebe com raras abanadas de rabo. Ele não abana mais como abanava por causa da paralisia. As besteiras que ele fazia mudaram: antes ele comia almofadas que pegava em cima do sofá, agora, quando quer minha atenção, arranca a fralda e come! Mas continua sendo meu melhor e mais fiel amigo e quero continuar cuidando dele como sempre cuidei. Claro que ele passou a me dar mais trabalho e tudo isso gerou muitos gastos mas continuar contando com o amor dele não tem preço!”
E você, tem uma história parecida? Conta pra gente aqui nos comentários!
Rogério
Tenho sido testemunha do cuidado e da dedicação dessa proprietária com o seu “grande amigo”. É muito gratificante profissionalmente ver uma pessoa cuidar de forma tão especial e carinhosa do seu animal de estimação, como a Senhora Maria Clara cuida do Dino. Ele tem muita qualidade de vida e mostra intensa energia e vontade de viver.
Parabéns, pelo SER HUMANO que você é!
Rogério
Maria Clara Marcondes
Dr. Rogério suas palavras me emocionaram muito! Obrigada por todo seu cuidado e carinho com o Dino.
Bárbara Giordani
Lindo depoimento! Fiquei emocionada com todo carinho e dedicação da Maria Clara Marcondes com o seu adorável cãozinho Dino! Torço muito pela sua total recuperação Dino! #precisamosdemaissereshumanosassim
Maria Clara Marcondes
Obrigada Bárbara Giordani! O Dininho manda lambidas pra vc e agradece a torcida.
Suamy
Também torço para ver o Dininho andando e me emociono quando vejo o seu carinho e dedicação para com ele. Imagino o quanto sua vida foi modificada para que ele pudesse chegar aonde está agora. Parabéns pelo ser humano que você é.
Júlio Silva
Que o Dinossauro faça jus a grandeza de seu nome e se recupere logo! Seus cuidados e dedicação foram e são realmente honrosos.
Maria Clara Marcondes
Obrigada Julio. Se Deus quiser ele ainda se recupera! Bjsss
Maria Clara Marcondes
Obrigada Dona Suamy! A senhora me ajudou desde o começo quando me indicou o Dr. Rogério e por tabela a Roberta e a Samia. Obrigada pela torcida ! O Dino manda lambidas. Bjsss
Carol Del Masso
Lindo depoimento e um exemplo de amor e dedicação ao nosso querido Dino. Pra entender, somente vendo um pet amado passar por um problema serio de saúde. No meu caso, meu Baby manca de uma patinha desde muito pequeno, por conta de varias cirurgias corretivas que teve de fazer por conta de um acidente, e sofre com uma cardiopatia grave, sequela da doença do carrapato. Muitas vibrações positivas ao Dininho!!!
Maria Clara
Carolll, só hoje q vi seu comment aqui. Adorei! Torço sempre pelo Baby como sei q vc torce pelo Dininho.
Roberta
Tenho muita admiração por você!! Fico muito feliz em ver todo seu esforço e carinho para que o Dino tenha uma qualidade de vida!!! Parabéns por tudo!!
Maria Clara
Roberta, vc é uma parte fundamental nesse cuidado todo e tem ajudado muito o Dininho não só com seu maravilhoso trabalho mas tb com todo amor que dá a ele.
José Eduardo M. MARCONDES
Nossa, sua dedicação, minha irmã, é impressionante… acho que esse é o sentido de amar tanto um bichinho desse… é uma lição pra ele (que recebe) e uma lição pra gente (que doa)… seria bom se a gente conseguisse consertar “tudo” ou “todos” que estão doentes com tanto carinho…
Maria Clara
Obrigada brother José Eduardo. Seria bom mesmo q o amor pudesse sempre consertar tudo! Com certeza viveriamos num mundo melhor e mais justo. Bjsss