No mês dos pais, o pai de 37 gatos
André, também conhecido nacionalmente como o Pai dos Gatos, é o nosso convidado especial do mês. O Pai dos Gatos nos concedeu gentilmente uma entrevista e nos contou um pouquinho sobre como é ser pai de gatos, fazer standup comedy sobre gatos e desmistificar, através da piada, alguns preconceitos sobre os felinos. Bora conferir?
Antes de começarmos, vamos às apresentações! O André Assunção é casado com a Bárbara Motta, eles moram mesmo na Casa dos Ronrons. O André é comediante e atua por todo o país apresentando seu stand up comedy com foco no mundo dos gatos. Através das suas piadas, ele fala muito sério sobre o abandono de animais, responsabilidade afetiva animal, adoção responsável e, claro, como é maravilhoso conviver com os gatos e suas peculiaridades.
Até o momento, agosto de 2023, 37 gatos adotaram o André, mas me parece que esse número pode aumentar. É como diz o ditado: coração de pai de gato, sempre cabe mais um! Confira essa entrevista na íntegra!
André, quando começou sua paixão pelos gatos?
Desde criança sempre amei os animais, todos. No entanto, só fui adotar o primeiro após a saída da casa dos meus pais em 2012. Adotamos o Chico, aí é que eu fui entender o quanto o gato era especial e desde então o amor só cresceu.
E em que momento você se descobriu gateiro? Foi lá pelo 10º gato ou antes?
Demorei mais que isso (risos). A vida de quem tem muitos gatos às vezes acaba sendo um pouco solitária e eu luto hoje pra que não seja! Por isso, falo tanto sobre esse tema nos meus shows. A gente vai adotando, resgatando, fazendo tudo por eles e muitas pessoas não entendem. São tantos olhares de julgamento que muitas vezes o gateiro sente uma certa “vergonha” de ajudar e salvar tantas vidas. Louco, né? Eu só fui entender o que era ser gateiro mesmo e ter orgulho disso lá pelos meus 30 gatos, antes disso eu ainda falava em tom baixo o número de gatos que eu tinha, ou melhor, que eu salvei, sempre esperando um julgamento. Jamais devemos ter vergonha de fazer o bem e geralmente quem fala mal são os que não fazem nada.
A Bárbara também era gateira ou não queria nenhum e chegaram a um consenso de 37? (risos). Existe uma meta?
A Bárbara foi responsável por tudo isso! Ela resgatava gatos desde os 07 anos de idade e levava pra casa. Quando fomos morar juntos ela não tinha nenhum, somente os da mãe na casa de baixo. Ela me pedia um gato e eu como tinha vindo da casa dos meus pais, repleto de cachorros, queria um tempo a sós (risos). Ela me aprendentou a Laura, a gatinha da mãe dela que ganhou meu coração e pouco tempo depois veio o Chico.
Sobre a meta, a idéia é sempre dobrar a meta! haha… Na verdade os gatos que fazem essa meta, eu não faço idéia! O destino traz eles até mim, então não sei de nada, mas sempre que aparecer um gato precisando de ajuda na minha frente irei ajudar.
E como é ser pai de gato hoje em dia?
É maravilhoso, aprendi e aprendo com eles todos os dias. Faz parte de mim essa troca de energia que nós temos, as conversas pelos olhares e tudo. Parece loucura, mas é! Só quem é gateiro sabe e entende.
Confere só os filhotes lindos desse paizão de gato!
Nós que atuamos com a proteção animal, estamos acostumados a ver muito mais mulheres que homens envolvidos com a causa animal. Como você lida com o fato de ser uma voz de representatividade masculina na causa, ainda mais falando sobre gatos que é um animal ainda mal visto por muitos (devido a preconceitos de que gato gosta da casa de não do dono; gato preto dá azar etc)?
Eu fico muito feliz em poder contribuir e ajudar na causa, até porque é uma coisa que fala mais alto que eu. Acredito que a falta de homens seja por conta da cultura conservadora que leva o homem a ter um olhar mais duro e menos “sentimental” diante de tudo. Por isso, esse preconceito com o gato também. Porque o gato carrega essa leveza com ele, seja no andar ou no olhar. Com essa leveza ele entra no nosso coração e isso pode assustar algumas masculinidades frágeis (risos).
Eu vi e vivi isso, sei como faz mal pra nossa essência, então, eu busco através do exemplo mostrar uma maneira diferente de olhar para os animais. Eu sei que isso vai se estender para tudo na vida.
O mundo dos gatos é cheio de histórias fascinantes. Você tem alguma história dos bastidores, algo que aconteceu durante a preparação de um show ou uma entrevista, que envolva os seus gatinhos e que você ainda não compartilhou publicamente?
Sempre que vou escrever o Chico bate à porta pedindo pra entrar. Eu deixo, ele senta no colo e começa a conversar. Eu tenho certeza de que ele está dando pitaco no texto, então ouço atentamente. Ou é isso ou ele tá falando que tá ruim, prefiro acreditar na primeira opção! (risos)
Além de fazer as pessoas rirem, você também influencia positivamente a conscientização sobre adoção e cuidados com animais. Como você pensa nessa conscientização na hora de criar suas piadas e fazer as pessoas a refletirem sobre essas questões?
Eu acredito no poder da piada e do riso como ferramentas para nos fazer pensar sobre as coisas. Por isso, sempre que vou contar uma história e trabalho em cima da piada, planejo pontos específicos onde posso colocar uma conscientização sobre algo, por que no fim das contas é isso que vai salvar outros gatos, outras vidas. Não consigo escrever só com o próposito de rir, quero passar uma mensagem que agrege na vida de quem está assistindo.
Gostaria de pedir para você deixar uma mensagem para quem nunca teve a experiência de adotar um gatinho.
Você está perdendo tempo para ser feliz. Adote, deixe o gato entrar na sua vida e desfrute de um dos maiories professores que você terá na vida.
Gente, eu amei conhecer um pouquinho mais do André, digo, o Pai dos Gatos, e vocês?
Bora fazer uma brincadeira? Entra aqui no instagram do André e deixa lá um comentário dizendo que você chegou nele pelo Amigo Não se Compra… marca a gente: @amigonaosecompra. Quero ver todo mundo lá parabenizando o André pelo bom trabalho e belo exemplo em levar o amor aos felinos a outros níveis!
Até a próxima. =^.^=
Natalia
Muito legal a entrevista!
Natalia Kelbert
Que bom que gostou!