O que os animais nos ensinam

Quero começar o texto de hoje com uma pequena reflexão que fiz em uma rede social pessoal:

Ei, vai passear com o cachorro. Enquanto isso, deixa que eu narro o texto pra você. 😉

Chegou um homem aqui que mais parece um armário duplex: alto, forte e trazendo seu cachorro nos braços. Todos os veterinários pararam para atende-lo. Agora ele sentou aqui, cerca de 2m de mim, e chora feito criança.
Não há sexo, raça, credo ou cor. Somos todos iguais e feitos da mesma matéria. Todos sofremos com a perda e não há forma de mensurar essa dor. 
A dor do adeus, só sabe quem dá.

Isso aconteceu enquanto eu esperava o atendimento em uma clínica veterinária.

Fiquei pensando em tudo o que este homem viveu com seu companheiro. Teria ele vivido viagens? Passeios? Conversas? Besabafos? Brincadeias? Terá ele fotos de momentos especiais com esse cachorro? Certeza que sim!

Um animal não entra e sai de nossa vida em vão. Ao contrário, nos deixam sempre um ensinamento.

Eu tive um gato preto muito doente. Ele tinha um relógio biológico incrível e sempre sabia o horário de suas medicações. Ele vinha até nós, se enrroscava em nossa perna e a gente já sabia que estava na hora de dar a medicação. Ele teve vários problemas de saúde que fomos cuidando conforme foram aparecendo. A vida nunca foi fácil para ele, mas ele sempre foi um gatinho muito carinhoso e amoroso. Devaldinho, nosso gatinho, jamais será esquecido.

Charlene, chegou lá em casa na hora do almoço. Grávida e faminta foi ficando e a adotamos. Charlene foi a melhor mãe felina que vi na vida! Teve seus filhotinhos em segurança e quando autorizado pela veterinária, foi levada para a castração. A gente optou por deixá-la com uma amiga por uma semana (a gente trabalhava fora e não tinha como fazer os curtativos durante o dia). Quando ela retornou, não esqueceu dos seus filhotinhos e voltou a produzir leite, mas isso é papo para outro dia…

Esses foram só alguns casos que podemos ver força, garra, coragem, vontade de viver e esperança. Confesso que por muito menos, desisti de algumas coisas.

Ao meu ver, um animal nos faz mais sensíveis aos sentimentos alheios. Não somos únicos nesse planeta, mas somos os seres maiores. É nossa responsabilidade cuidar e zelar pelo bem-estar deles. Ou melhor, mais que responsabilidade, é nossa obrigação.

Aqui no site do Amigo Não se Compra, já conseguimos lar para aproximadamente 6.500 animais. Isso é muito bom, nos faz feliz de verdade! Mas quando vemos que temos mais de 8 mil aguardando um lar, percebemos que estamos apenas iniciando um longo caminho.

Eu também sou voluntária em uma feirinha de adoção que acontece em Niterói/RJ e acho muito engraçado o que as pessoas perguntam ao chegar: “Tem cachorro de raça? Mas o cachorro late muito? Esse gato mia a noite?” Eu compreendo que muitas pessoas que não seguem o blog do Amigo, não saibam muito sobre o mundo dos animais, mas fico pensando que se tivesse um cachorro de raça, será que iam perguntar se late muito? Se o gato fosse de raça iam perguntar se mia a noite? Ah, mas eu mesma respondo: não perguntariam!

Eu afirmo isso, sim! Eu também respondo o Fale Conosco aqui do blog e do site e sempre que tem um cachorrinho de raça, chove de e-mail perguntando por ele e ninguém faz esse tipo de perguntas. Só querem saber como podem marcar a adoção.

Gente, vamos buscar a responsabilidade para nós. Abra seu coração para adoção, independente da raça ou cor do animal. Você pode adotar em nosso site, retirar um animal da rua, buscar em uma ONG, abrigo, com um protetor independente, enfim, são tantas formas de fazer o bem. Esses bichinhos sofrem tanto com a fome, frio, violência gratuita, indiferença… Merecem ser felizes mesmo sem pedigree!

Não esqueça: não existe animal de rua, o que existe são animais que foram abandonados.

Faça todo o possível por seu bichinho: ame, paparique, brinque e cuide porque eles não são eternos e quando se vão, levam consigo parte de nós.

Até a próxima! 💋