Tortura não é cultura!

As Vaquejadas e os Rodeios foram recentemente, e ainda continuam, um assunto muito discutido. Eu, particularmente não entendo o que há para ser discutido: se há maus-tratos não pode continuar. Parece simples, né? Mas não é e vou explicar tudinho, confira!

Recentemente, em 17 de setembro de 2019, o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, aprovou a ementa da lei Nº 13.873 que regulamenta as Vaquejadas e os Rodeios. A publicação original está disposta aqui, mas em suma, ela diz que as Vaquejadas e os Rodeios são manifestações artísticas e esportivas e manifestação cultural nacional. Nela estão inclusas atividades como: provas de laço, provas de velocidade, provas de Rodeio, rédeas, entre outras bizarrices.

É claro que a Lei também fala que devem ser estabelecidas regras que assegurem a proteção ao bem-estar animal e prevê sanções para os casos de descumprimento. O artigo 3B também diz que devem ser prevenidos de ferimentos e doenças por meio de instalações, ferramentas e utensílios adequados e da prestação de assistência médico-veterinária. Mas aqui entre nós, você acredita que isso será cumprido? Temos mesmo alguém fiscalizando essas condições?

E não estamos aqui falando sobre política, não somos Direita, Esquerda, Centro ou Céu! Somos pelos animais, sempre! Essa Lei foi um erro tão absurdo que não é possível mensurar. O que devia ter sido feito é derrubada da Lei original e não uma emenda que demonstra apoio a essa barbárie.

Asa Branca, locutor de Rodeio fala sobre as verdades que ninguém quer contar

Asa Branca um foi peão e locutor renomado dentro dos Rodeios. Ele concedeu uma entrevista reveladora à Luisa Mell. Aqui ele detalha parte dos bastidores e como os maus-tratos são uma coisa corriqueira na vida deles. Uma das coisas que me chamou atenção nessa entrevista é que ele cita em detalhes o que fez com a boca de um boi (que não sou capaz de reproduzir), mas o fato é que ele causou propositalmente uma ferida tão grande na boca do animal (levando até a ter miíase no local) que o bicho teve que ser sacrificado.

Hoje, o Asa vive em uma batalha, perdida, para o câncer de boca e diz só pensa na dor que fez aquele bicho sofrer e tem certeza que está pagando pelos pecados causados. O câncer que ele está enfrentando não tem mais chances de cirurgia ou tratamento e ele esta em estágio final, apenas com medicamentos paliativos para a dor. Ele diz que sofre muito, é uma dor absurda e os medicamentos não surtem mais efeitos.

Por essa entrevista abaixo, até a esposa dele esta sendo ameaçada de morte pelos profissioais da área dos Rodeios.

Por tudo isso eu digo e afirmo: Vaquejadas e Rodeios não fazem parte da cultura e esporte. Algo que gera tamanha dor e sofrimento a um ser indefeso, não pode, nunca, em tempo algum, ser considerado patrimônio cultural no Brasil e em nenhum local do planeta!

Como ajudar a acabar com as Vaquejadas e Rodeios

As Vaquejadas e os Rodeios não são mantidos por cultura ou esporte, mas sim por dinheiro. As festas normalmente contam com grandes nomes da música, o que atrai pessoas e aumenta as vendas na cidade. Não estou aqui dizendo que os eventos devem acabar, de forma alguma, há pessoas que dependem desses eventos para sobreviver. O evento pode e deve continuar, mas sem a exploração e maus-tratos dos animais e se for preciso renomear o evento, que seja. Ao invés de Vaquejada ou Rodeio, que se chame apenas por “Festa de Barretos” (usando o exemplo mais conhecido nacionalmente), sem “Vaquejada” ou “Rodeio” como chamariz e obviamente, sem os bois ou vacas.

O que mais fazer? Apoiar artistas que se posicionam contra, como a Paola Oliveira, Bianca Bin e Heloisa Perisé, que se posicionaram contra os Rodeios quando o município de Araruama no estado do Rio de Janeiro quiz realizar o evento. Detalhe, o evento foi cancelado.

Se você também não comparecer a eventos do gênero, temos aí um bom caminho andado contra os futuros eventos que envolvam animais.

Outra opção bastante eficaz é contribuir assinando os abaixo-assinados contra esse tipo de atividade. Vamos deixar alguns links para que possa contribuir:

Já ouviu falar em “Bumba meu boi ou boi-bumbá”?

No nordeste, a história do Bumba meu boi foi inspirada na lenda da Mãe Catirina e do Pai Francisco (Chico).

Nessa versão, Mãe Catirina e Pai Francisco são um casal de negros trabalhadores de uma fazenda. Quando Mãe Catirina fica grávida, ela tem desejo de comer a língua de um boi.
Empenhado em satisfazer a vontade de Catirina, Chico mata um dos bois do rebanho, que, no entanto, era um dos preferidos do fazendeiro.
Ao notar a falta do boi, o fazendeiro pede para que todos os empregados saiam em busca dele.
Eles encontram o boi quase morto, mas com a ajuda de um curandeiro ele se recupera. Noutras versões, o boi já está morto e com o auxílio de um pajé, ele ressuscita.

A lenda, dessa maneira, está associada ao conceito de milagre do catolicismo ao trazer de volta o animal. Ao mesmo tempo, mostra a presença de elementos indígenas e africanos, tal como a cura pelo pajé ou curandeiro e a ressurreição.
A festa do Bumba meu boi é celebrada para comemorar esse milagre.

Segundo o site, todamateria.com, o Bumba meu boi, também chamado de Boi-Bumbá, é uma dança tradicional brasileira típica das regiões norte e nordeste.

Embora tenha maior representatividade nas culturas dessas regiões, atualmente podemos encontrar essa manifestação cultural em todas as partes do Brasil. Em 2012, o Bumba meu boi foi incluído na lista de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Então, não vamos confundir as coisas: Bumba meu boi é tradição, é festa. Não temos animais reais ou maus-tratos envolvidos no contexto. Apenas uma boa brincadeira com música animada e fantasia.

E se a gente substituir as Vaquejadas e Rodeios por Bumba meu boi, que tal? A festa não precisa parar, apenas mudar e urgentemente. Não podemos apoiar um evento que promove tanta dor e ainda chamar de cultura ou esporte.

E aí, vamos juntos lutar contra os maus-tratos?

Até a próxima! 😉

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