Zika vírus e Dengue. Veja se o Aedes Aegypti pode afetar seu cachorro

Como pode um mosquito causar tanta dor e sofrimento? Como pode um inseto tão pequeno causar um estrago tão grande em nossas vidas? Estou falando do Aedes Aegypti. O Aedes já foi responsável por muitas mortes no nosso país e agora as mamães também temem pela microcefalia dos seus bebês.

Estou tocando nesse tema, porque já há muita informação na mídia sobre como podemos combatê-lo e nos proteger, mas pouco se fala em como eles podem afetar nossos peludos. Continue com a gente e descubra que doença o Aedes pode trazer para nossos cães.

Bem, todo mundo já sabe que deve cuidar muito bem da sua casa. É mais que imprescindível verificar se há algum local com água parada. Estamos em guerra com um mosquito, não podemos perder essa né?

Verifique em sua casa todo e qualquer lugar que possa empoçar água, como exemplo:

  • Vasos de plantas (coloque areia no pratinho);
  • Pneus usados;
  • Garrafas pets;
  • Tampinhas de garrafas;
  • Verifique a vedação da caixa d’água;
  • Plantas como bromélias podem acumular água parada;
  • Baldes na lavanderia com um pouquinho de água também pode ser um foco;
  • Cafeteiras de café expresso (Essas tipo Nespresso que a gente já deixa com água, verifique onde as cápsulas caem e o recipiente atrás).

O próximo passo é verificar os brinquedos dos peludos:

  • Verifique se há alguma bolinha rasgada com água no quintal;
  • Garrafas pets que fazemos de “pega petisco”;
  • Se o arranhador (no caso de gatos) que fica na varanda não está com acúmulo de água em algum lugar;
  • Todos os brinquedos que possam ficar com pequenas gotas d’água podem ser criadouros.

Atenção com os bebedouros

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Os bebedouros tem sido um ótimo depósito de ovos de mosquito! Os potinhos precisam ser lavados diariamente e esfregado com escova ou esponja. Usando esponja, esfregue com a parte mais grossa e dê uma atenção especial às laterais do bebedouro. Esfregue sem dó com água e sabão (ou detergente) neutros e exangue em água abundante.

O Aedes aegypti

Sabe por que todo esse cuidado com os ovos? Vou fazer uma lista, assim fica mais fácil de entender:

  • Cada fêmea pode reproduzir 1.500 mosquitos por toda sua vida;
  • A fêmea coloca seus ovos em lugares diferentes para garantir a procriação de seus “filhotes”;
  • Os ovos eclodem em cerca de 7 a 10 dias;
  • Cada depósito pode agregar cerca de 400 ovos;
  • Na natureza os ovos podem sobreviver até 450 dias sem água e após esse período se reidratado, o ciclo ocorre normalmente.

Esses cuidados precisam ser diários! Não podemos piscar, estamos em meio a uma infestação. Em 2015 mais de 500 mil pessoas tiveram Zika, segundo o Ministério da Saúde.

Aedes aegypti X Cães

Muita gente tem ficado na dúvida se esse mosquito que causa tantos danos à nossa saúde também pode transmitir dengue, zika vírus e chikungunya para nossos cachorros. Mas não se preocupe, o homem é o único hospedeiro. No entanto,  alguns pesquisadores afirmam que ele pode transmitir a dengue caso o mosquito esteja contaminado. Certo mesmo é que ele pode transmitir a Dirofilariose, mais conhecido como o verme do coração, isso caso o Aedes esteja contaminado da doença.

É importante salientar que ainda não existe comprovação científica sobre a ligação do  Aedes aegypti com o verme do coração nos cães, mas nem por isso podemos ficar tão tranquilos, pois além do mosquito Aedes, os Flebótomos (conhecido como “mosquito- palha”) e Culex (pernilongo comum) podem transmitir além da  Dirofilariose, a Leishmaniose.

Tanto a Dirofilariose, quanto a  Leishmaniose são doenças terríveis que podem levar seu cachorro à morte. Entenda mais sobre essa doenças!

Dirofilariose

O tratamento da Dirofilariose é super delicado e perigoso, e pode causar embolia pulmonar que pode levar o animal à morte. A partir do momento em que o parasita Dilofilaria Immitis entra no corpo do animal, passa a se desenvolver em seu coração, podendo atingir até 20 centímetros de comprimento.

Esse parasita é um verme da família das lombrigas, fica em forma de novelo no coração do cachorro. Mas também pode ser encontrado em gatos e furões. Os vermes adultos que ficam no coração botam larvas minúsculas que são chamadas de microfilárias e vivem na corrente sanguínea. Estas microfilárias entram nos mosquitos quando eles sugam o sangue de um animal infectado. Em 2 a 3 semanas a microfilária fica maior dentro do mosquito e migra para sua boca.

Quando o mosquito pica outro animal, as larvas entram em sua pele. As larvas crescem e em cerca de três meses terminam a sua migração até o coração, onde ficam adultas. O período entre o animal ser picado por um mosquito infectado, até os vermes se tornarem adultos, acasalarem e botarem seus ovos é de cerca de 6 a 7 meses em cães e 8 meses nos gatos.

O animal infectado chega a abrigar no coração dez larvas ou até mais. O parasita se alimenta dos componentes do sangue, nutrientes e proteínas do animal. A partir do momento em que o mosquito contaminado com a dirofilária pica o cachorro, o verme já  é transmitido, caindo na corrente sanguínea e indo direto ao coração, onde instantaneamente começa a causar danos.

Inicialmente de uma dimensão minúscula, capaz de passar pela tromba do mosquito, o verme se desenvolve rapidamente e, em três anos, chega a seu auge, com 20 centímetros, momento em que passa a causar maior estrago ao organismo causando os seguintes sintomas:

  • Cansaço;
  • Dificuldade para se exercitar;
  • Tosse;
  • Diminuição do apetite;
  • Perda de peso;
  • Apatia
  • Edema pulmonar.

Nem sempre os sintomas são claros para a Dilofilariose, pois os sintomas se assemelham a muitas outras doenças. Por isso os médicos costumam pedir exames de sangue, raio x e ultrassonografia para confirmar ou descartar essa doença, no entanto, as vezes só são diagnosticados tarde demais, levando o animal à óbito.

Tratamento

O tratamento é de alto risco, já que o medicamento atualmente disponível mata o verme, mas, por se hospedar nas artérias do coração e até do pulmão, se fragmenta e pode entupir algum capilar do órgão respiratório, causando a embolia pulmonar e levando à morte. Sem ele, no entanto, o animal está fadado a morrer, pois o verme continua a crescer e se desenvolver dentro do coração.

Mas os animais dificilmente morrem por infarto, porque o coração canino consegue se irrigar de forma mais eficaz do que o humano quando alguma artéria está obstruída, no entanto a embolia é ainda mais grave do que o infarto.

Apesar de o primeiro vetor da doença ser o mosquito Culex, o crescimento do Aedes no país aumenta o risco de transmissão pela espécie, ainda que não se tenha comprovado isso cientificamente.

Existe um medicamento vermífugo que pode ser oferecido mensalmente aos cachorros que vivem em áreas endêmicas da dirofilariose, mas ele só vale como método preventivo, quando a infecção pela larva ainda é recente. Se o cão for picado pelo mosquito infectado, assim que essa larva cair no sangue, automaticamente ele vai morrer.

 Leishmaniose

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Essa é outra doença causada por mosquitos. A Leishmaniose Visceral Canina é causada por um protozoário, o Leishmania spp., que é transmitido pela picada do Flebótomos ou mosquito-palha, também conhecido como birigui, cangalha e tatuquíra. Essa é uma doença crônica, há tratamento paliativo, mas não há cura. Grande parte dos veterinários é contra seu tratamento com o uso de medicamentos humanos, por medo de tornar o parasita ainda mais resistente. Infelizmente, a recomendação é a eutanásia. Em função disso, já há diversas campanhas de associações e ONGs que lutam pelos direitos dos animais e condenam as atuais políticas públicas, eles dizem NÃO à eutanásia.

A doença só pode ser transmitida pela picada do mosquito infectado, por isso não há transmissão direta de um cão para outro. O perigo de ter um cachorro com Leishmaniose é que ele se torna um reservatório desse protozoário, aumentando a probabilidade da transmissão para as pessoas próximas. A doença em humanos, no entanto, é mais comum em pessoas imunodeficientes, como os portadores do vírus da AIDS.

A Leishmaniose só é contraída pela picada do mosquito infectado pelo protozoário Leishmania spp., e não há risco de contágio entre cães e pessoas diretamente. Os gatos são imunes ao protozoário e não desenvolvem a doença. A Leishmaniose Visceral Canina pode demorar muitos anos para se manifestar em forma de sinais clínicos, o que dificulta o tratamento e aumenta os danos causados ao organismo do cão. É uma doença que compromete órgãos vitais, como rins, fígado, estômago, coração e até a medula óssea.

Os órgãos afetados param de funcionar adequadamente, levando a uma falência de todo o sistema. A Leishmaniose também pode se apresentar de forma cutânea, afetando a pele, a pelagem e os olhos. Os cães podem ficar cegos e frequentemente apresentam descamação da pele que leva a feridas.

Sintomas

A doença pode permanecer “adormecida” por até 7 anos. Dessa forma, o cão se torna apenas um reservatório do protozoário. Uma vez que os sinais clínicos comecem a aparecer, a evolução da Leishmaniose se torna mais agressiva. Seus principais sintomas são:

  • Cansaço e apatia;
  • Perda de energia;
  • Perda de apetite;
  • Emagrecimento muito rápido;
  • Pelagem bastante opaca e fraca;
  • Queda dos pelos;
  • Feridas por todo o corpo (principalmente no focinho, nas orelhas, nas articulações e na cauda);
  • Onicogrifose (as unhas crescem muito em um curto período);
  • Abdômen inchado pela distensão de órgãos como fígado, estômago e baço;
  • Olhos lacrimejantes, com secreção e bastante vermelhos;
  • Diarreia;
  • Presença de sangue nas fezes e na urina;
  • Vômito.

O diagnóstico clínico da Leishmaniose é complicado, já que os sinais podem demorar a aparecer e o cão pode apresentar um ou todos os sinais. Os exames laboratoriais que mais podem ajudar a confirmar o diagnóstico em cachorros incluem análises de sangue, em busca de alterações nas enzimas hepáticas ou alguma anemia no cão; e exames citológicos, onde é feita uma biópsia de tecidos de regiões como baço, fígado e medula óssea do animal.

Tratamento

A vacinação  é, sem dúvidas, a melhor forma de prevenir que um cachorro seja infectado pela Leishmaniose e, hoje, essa vacina garante a eficácia acima de 92% na proteção dos animais. Além da vacina (que pode ser administrada a partir dos quatro meses de vida), quem deseja deixar seu peludinho livre dos riscos da leishmaniose deve, sempre, evitar locais de pouca higiene, materiais orgânicos em decomposição e grandes áreas com matas.

Como essa é uma doença de zoonoses, caso seu animal seja diagnosticado positivamente para a mesma, é importante mantê-lo dentro de seus domínios, sem acesso a rua para evitar uma epidemia na região.

Sem um tratamento específico existente, os cães diagnosticados pela leishmaniose podem realizar apenas o controle em relação ao avanço da doença com o acompanhamento de um veterinário, sendo que os resultados desse processo podem extinguir tanto os sintomas do animal quanto a sua possibilidade de transmissão no caso de ser picado.

Embora já haja medicamentos desenvolvidos especificamente para cachorros em regiões da Europa, o Brasil ainda não conta com vacinas para tratar esta doença e, em função disso, uma grande discussão toma conta do país.

Por aqui, os medicamentos de uso humano (que tem um índice de eficácia de mais de 95%) passaram a ser usados em tentativas de tratamento para animais. No entanto, profissionais da área da saúde afirmam que o uso desse tipo de medicação pelos cachorros pode acabar reduzindo a eficácia no tratamento dos humanos, já que pode desencadear uma resistência maior do organismo das pessoas ao remédio.

O fato ainda gera bastante polêmica entre os protetores dos animais, já que, de acordo com as informações cedidas pelo Ministério da Saúde brasileiro, a eutanásia deve continuar sendo a principal forma de prevenção e controle da doença nas regiões mais afetadas do País.

Depois de tantos riscos tanto para você quanto para seu peludo, tenho certeza que você não vai descuidar e acabar com os possíveis focos de mosquito aí na sua casa!

Atualização sobre tratamento da doença em 21/10/16

Foi aprovado em Setembro de 2016 pelo Ministério da Agricultura o uso do medicamento chamado Milteforam. Esse medicamento será administrado no tratamento com cães a partir de 2017 em todo território nacional.

Informações são do Jornal JD1 Notícias.

Repelente

Sabemos que o Aedes aegypti vem sofrendo mutações ao longo dos anos. Hoje já se reproduz em águas nem tão limpas, picam tanto a tarde quanto a noite, e estão voando cada vez mais alto. Por isso, não fique sem repelente. Cada um tem um tempo de duração, veja na embalagem e reaplique quando necessário, mas não use seu repelente de uso humano no seu cachorro. Os animais são muitos sensíveis e seu repelente pode causar alergias.

Já existe no mercado alguns repelentes próprios para cachorros. A venda ainda é muito restrita, talvez você não encontre com facilidade, mas os que tem prometem bons resultados.

De forma geral, siga essa dicas:

  • Utilize coleiras que repelem pulgas, carrapatos e mosquitos em seus cães;
  • Tenha vasinhos com citronela plantados em casa (esta planta funciona como repelente natural);
  • Mantenha telas nas portas e janelas;
  • Evite passear com seu cachorro no horário de maior atividade dos mosquitos;
  • Converse com o veterinário sobre a prevenção com vacinas contra Leishmaniose, principalmente em áreas de risco;
  • Se você morar em regiões litorâneas de grande risco para Dirofilariose é interessante conversar com o veterinário para iniciar um protocolo preventivo mensal.

No mais, não vamos perder essa luta para o mosquito! Cada um fazendo o seu, cuidando da sua casa, seu quintal, seus bichinhos, vamos vencer essa epidemia!

Espero que tenham gostado do post de hoje!

Ficou com alguma dúvida? Escreva para a gente nos comentários!

Semana que vem, a gente volta com mais dicas e cuidados para vocês, até lá! 🐾🐾

Fontes:

  • http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html
  • https://www.denguetorpedo.com/education#infectar
  • http://tudosobrecachorros.com.br/2012/04/dirofilariose-parasita-coracao.html
  • http://tudosobrecachorros.com.br/2016/02/como-prevenir-seu-cachorro-e-sua-familia-da-dengue-do-zika-virus-e-do-chikungunya-aedes-aegypti.html
  • http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/02/entretenimento/vida/
    3928050-mosquito-aedes-aegypti-tambem-pode-transmitir-doenca-para-caes.html
  • http://www.cachorrogato.com.br/cachorros/leishmaniose-caes/
  • http://www.bolsademulher.com/pet/voce-sabe-o-que-e-a-leishmaniose-saiba-tudo-sobre-essa-doenca-e-como-evita-la
  • http://lupusalimentos.com.br/lupus_mundopet/pet_dengue_zika/

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